terça-feira, 2 de novembro de 2010

Volta por cima 

No samba “volta por cima” Paulo Vanzolini canta: “reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira, dá volta por cima”.
O Clube do Trem deu a volta por cima e recuperou a sala do Centro Cultural Amílcar de Castro mais de um ano depois em que o grupo foi induzido a devolver as chaves pelo departamento municipal de cultura sob o argumento de que o local seria um espaço dedicado às obras de Amílcar de Castro, artista mundialmente reconhecido por suas pinturas e esculturas.
Porém, o projeto de transformar Paraisópolis na cidade de Amílcar não saiu do papel, o Clube do Trem por pouco não foi desarticulado e a famosa sala não foi ocupada de forma ativa e constante, permanecendo fechada para a população na maior parte do tempo.
No período em que o departamento de cultura ficou responsável pela sala, a mesma só funcionou efetivamente 2 vezes: nas duas edições da “Semana Amílcar de Castro”. No restante do tempo permaneceu em total abandono, fechada com obras de um dos mais importantes artistas do mundo simplesmente penduradas na parede, sem nenhum cuidado técnico necessário para a preservação e exposição das mesmas.
Agora, mais do que o Clube do Trem é Paraisópolis quem possui um local – outros são também necessários - para o desenvolvimento de projetos de cunho artístico-cultural que incluam toda população, sem nenhum tipo de diferenciação de cor, credo, pensamento político, religião, ou classe social. Essa é a missão do Clube do Trem.
Para isso, seus membros buscam firmar parcerias com o empresariado local e, claro, com pessoas dispostas a contribuir com ações práticas, apartidárias, de cunho essencialmente cultural, que possibilitem a revitalização da sala no Centro Cultural Amílcar de Castro e também do combalido cenário cultural de nossa cidade. Se você tem ideais queremos ouvi-las!
            Além disso, os membros do Clube desejam transformar a sala do Centro Cultural Amílcar de Castro num local realmente agradável e acolhedor, que possibilite a organização das reuniões de planejamento cultural bem como a realização de shows, espetáculos, palestras, cursos e seminários.
            O momento agora é de reestruturação. O CdT se reúne todas as quintas feiras às 19 horas para a discussão de idéias, construção de projetos, organização da sala e ampliação do número de sócios.
Lendo aqui no jornal parece simples, mas não é. A sala, por exemplo, não conta com a infra-estrutura necessária para que o movimento de artistas possa colocar em prática seus projetos, como por exemplo, o Cinetrem (exibição de filmes e debates).
            Como o Clube, no momento, não recebe verbas ou ajuda financeira de nenhuma natureza, contando tão somente com a luta voluntária de seus membros fundadores, coisas básicas fazem-se necessárias para que a luta em prol da cultura não acabe no meio do caminho.
            Assim, o Clube do Trem vem até você pedir (em regime de doação) os seguintes itens: 30 cadeiras, estante para livros, um quadro negro, um computador, um sofá, um toca discos ou aparelho de som, material de limpeza, material de papelaria, um galão d'água, copos de plástico.
            Caso você ou sua empresa tenha algo desta lista ou queira doar algo que não use e ache que seja de interesse para a organização do Clube entre em contato pelos telefones 8414 0120 / 8411 5844 e ou pelo e-mail clubedotrem@r7.com Vamos todos dar a volta por cima!
           
Texto publicado no Jornal TEM – Edição 140

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